terça-feira, 19 de maio de 2009

Reescrevendo!

Podemos relacionar a decisão do antropólogo francês em não influenciar nas tradições daquele povo, com a decisão do professor que, no filme "O clube do Imperador", resolve alterar a nota do aluno que vinha apresentando progressos em sua aprendizagem. Fico pensando que, muitas vezes, tomamos atitudes semelhantes. No final de um ano letivo percebemos que nosso aluno progrediu muito, esforçou-se, mas mesmo assim ainda não atingiu a nota mínima necessária para a aprovação. Que professor não dá um voto de confiança e aprova esse aluno?

Essa "aposta" vem carregada de expectativas. Sabemos que no ano seguinte esse aluno terá novos desafios, os novos professores ainda não conhecerão sua tragetória, sua história de vida para poder auxiliá-lo, talvez nem mesmo tenham esse olhar atento e cuidadoso que dedicamos no ano anterior, ele precisará adaptar-se à turma, conhecer os colegas, fazer amigos. Será que ele vai conseguir?

Na maioria das vezes mesmo sabendo que ele terá que enfrentar desafios ainda maiores, preferimos apostar todas as nossas fichas e aprová-lo. Lembro de uma diretora que sempre dizia que era melhor errar aprovando, mesmo que depois nos arrependêssemos, do que errar numa reprovação. E nossa atitude foi ética?

Assim como a atitude do antropólogo, do professor retratado no filme e nossas próprias atitudes na avaliação de nossos alunos, podemos tanto defendê-las como criticá-las. É impossível envolver-se, tomar decisões, fazer julgamentos que sejam unânimes. Muitas vezes o aluno que naquele ano evoluiu, superou dificuldades e apresentou progressos, no ano seguinte pode não conseguir atingir as tão sonhadas notas mínimas para aprovação. Erramos em nosso julgamento? Ele não estava preparado para aquela série? Ouviremos muitas vezes esses argumentos.

Porém é importante que estejamos conscientes de que agimos embasados nos progressos daquele aluno e que nossa decisão levou em conta o que era melhor pra ele naquele momento. O terreno da avaliação nos prepara dessas armadilhas.

Um comentário:

Melissa disse...

Ok :-)
Uma boa postagem :-)
Abraços
melissa