Ao longo destes anos de vínculo com a UFRGS, muitas vezes refleti a respeito de nosso dia a dia, nossa carga de trabalho e o desejo de nos aperfeiçoarmos. Infelizmente hoje vejo que muito regredimos na questão de valorização do magistério.
Na contramão de todos os discursos, vi o município de Novo Hamburgo extinguir nosso plano de carreira e hoje assisto estarrecida a uma proposta de plano que desistimula nosso aperfeiçoamento. Desta forma vejo, cada vez mais, os professores tendo que cumprir uma carga horária exaustiva pra conseguir sobreviver minimamente.
O que mais me impressiona é que não há um reconhecimento mínimo pra valorizar a formação dos professores de ensino fundamental que serão a base da formação escolar do aluno. Muito se discute o futuro da educação e tenho certeza que esse futuro só será melhor com a valorização do profissional que trabalha em educação.
Nossas jornadas de trabalho são exaustivas, não temos tempo para nos dedicar como gostaríamos à nossa formação, à nossa família, ao nosso lazer. Isso talvez explique os inúmeros casos de agressão e desentendimento ocorridos em sala de aula e que inundam a imprensa e apontam para o desgaste desta relação.
O que vejo nas escolas onde trabalho é que a falta de um plano de carreira interessante e com uma baixa remuneração oferecida, o ambiente escolar é, para muitos, apenas um trabalho passageiro enquanto não aparece uma oportunidade melhor de trabalho. Falta estímulo para se seguir na carreira docente. Assim proliferam-se os maus profissionais que, muitas vezes seguem na carreira por falta de opção. É urgente que se coloque um olhar mais demorado sobre esta questão e que se tome medidas para sanar tais dificuldades.
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